Oi meninas!
O Planejamento Familiar é ou deveria ser o pilar da nossa sociedade. Engravidar hoje é uma escolha, uma opção, exceções à parte. A escolha do método anticoncepcional é importantíssimo na vida de uma mulher independente que planeja ter filhos na hora certa (hum… isso pode dar um novo post no blog!).
Pra começar, os métodos anticoncepcionais que são compostos por hormônios não devem ser, em hipótese alguma, automedicados. Se uma amiga sua usa tal método e é perfeito pra ela, não quer dizer que será perfeito pra você!
Existem algumas, não, várias maneiras de se evitar uma gravidez não desejada. Então vamos começar por categorias:
Métodos comportamentais
Não há nenhuma medicação envolvida, somente mudanças de atitude e são as que mais apresentam falhas. São elas:
1) Coito interrompido: quando o homem ejacula fora da vagina da mulher. Para aumentar as chances de sucesso, o homem deve fazer o xixi antes da relação a fim de eliminar algum possível espermatozóide no canal urinário. É importante lembrar que ejacular próximo à vagina pode aumentar o risco de uma gravidez. Índice de falha: 15 a 20%
2) Abstinência periódica: a famosa “tabelinha”. Só serve para aquelas mulheres que têm ciclos menstruais regulares e sabem exatamente quando é o seu período fértil. Durante esse período a mulher simplesmente evita a relação sexual. Existem meios físicos de saber se você está no período fértil, mas falarei disso em outra página caso haja interesse de vocês. Índice de falha: 10 a 20%
3) Método Billlings: também conhecido como método do muco cervical. Como explicado neste post, você pode descobrir seu dia de ovulação pela consistência e elasticidade da secreção vaginal. Índice de falha: 3 a 20%.
Métodos de barreira
1) Camisinha masculina: a mais conhecida e difundida no mundo todo, mas odiada por muitos. É o método mais prático e barato de se evitar uma gravidez e também DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Lembrando sempre de tirar o ar da pequena bolsa que existe na extremidade dela, destinada à deposição do esperma. Índice de falha: 8 a 20%
2) Camisinha feminina: não muito famosa e requer treinamento para saber colocá-la direitinho na vagina. Desvantagem de ser mais cara que a masculina e fazer barulhinhos durante o ato sexual.
3) Diafragma: uma membrana de silicone curvada que deve ser ajustada ao colo uterino. Existem tamanhos diferentes para adaptar a qualquer mulher. Também requer uma certa prática para a sua colocação correta. É usado em associação a um espermicida (gel, creme ou espuma que mata os espermatozóides) e deve ficar na vagina por pelo menos 6 horas depois da relação antes de ser retirado. Índice e falha: 0,2 a 0,6% (associado ao espermicida)
Dispositivos intra-uterinos
1) DIU: É uma haste flexível em forma de “T” que pode ser feita de cobre (DIU de cobre) ou ter hormônios em sua constituição (Mirena). Existem critérios bem estabelecidos para saber se você é ou não candidata a usar esse método, pois nem todo mundo pode usar. Eles causam uma alteração local na camada interna do útero (endométrio) causando dificuldade da mobilização dos espermatozóides e na implantação de um ovo fecundado. O DIU de cobre tem mais efeitos colaterais, pode causar sangramentos mais abundantes e o período de troca é de 10 anos. O Mirena causa atrofia do endométrio (que fica fininho sem possibilidade de abrigar uma gestação), causando na maioria dos casos, amenorréia (falta da menstruação) ou sangramentos bem leves e seu período de troca é de 5 anos. Em qualquer dos casos, pode acontecer sua expulsão espontânea do útero. É imprescindível realizar um ultrassom em 30 dias da inserção para se ter certeza que o DIU está na posição correta. E até lá, vá se prevenindo de outras formas. Índice de falha: 0,1 a 0,3%
Métodos hormonais
São divididos entre medicamentos orais (comprimidos), injetáveis, adesivos, implantes, anel vaginal.
1) Pílulas: São compostas de estrógenos e progesterona (pílulas combinadas) ou somente de progesteronas, que são usadas sem haver pausa. O Estrógeno é sempre o mesmo (etinilestradiol) e a progesterona é que muda. Há várias fórmulas e concentrações, uma para cada tipo de paciente e para cada sintoma. O importante é que todos eles causam um bloqueio da ovulação. Existem cartelas com pausa de 7 dias e cartelas que foram feitas para emendar uma na outra, para que a mulher não menstrue. Essas medicações deixam o muco cervical (do colo) mais espesso, impedindo ou dificultando a subida dos espermatozóides, além de diminuírem a espessura do endométrio. Seus efeitos são totalmente reversíveis com a parada do uso da medicação. Atenção!!!Vômitos ou diarréia em até 2 horas após tomar a pílula pode reduzir a eficácia do anticoncepcional. O mesmo ocorre com o uso de certos antibióticos. E na troca de um anticoncepcional por outro, previna-se com camisinha durante o primeiro mês de uso, pois existem muitos casos de gravidezes que ocorrem durante a transição.Caso isso ocorra, fale com seu médico.
Índice de falha: 0,5% para as pílulas combinadas e 2,5% para as que tem só progesterona.
2) Injeções: podem ser aplicadas uma vez por mês ou a cada 3 meses, dependendo da sua composição. Sua eficácia é bem alta, próxima de zero falhas, desde que sejam usadas corretamente. Tem mais efeitos colaterais e podem aumentar o peso. A fertilidade não volta imediatamente, precisando de um pouco mais de tempo, em média 2 meses após a última injeção. Índice de falha: 0,1%
3) Implantes: são pequenas hastes feitas de plástico que contém hormônios que vão sendo liberados gradualmente no corpo e são colocadas logo abaixo da pele, no subcutâneo. Tem duração de 3 anos e apresentam rápido retorno aos ciclos menstruais e à fertilidade quando retirados. Índice de falha: 0,2%
4) Anel vaginal: é um anel flexível que contém hormônios e é colocado no interior da vagina. O anel fica na vagina por três semanas e faz pausa de uma para que o sangramento ocorra. Não é todo mundo que adapta, mas tem suas seguidoras.
Índice de falha: 0,1%
5) Adesivos transdérmicos (Evra®): são pequenos selos quadradinhos que se colam na pele e vão liberando os hormônios gradualmente. Devem ser substituídos uma vez por semana e parar uma, para ocorrer o sangramento. Índice de falha: 0,1%
Métodos de emergência
São as famosas “pílulas do dia seguinte“. São compostas por doses altas de progesterona (Levonorgestrel) e devem ser tomadas somente quando houver algum imprevisto do tipo sexo desprotegido, se a camisinha romper, falhas no uso do anticoncepcional na última semana ou, na pior das hipóteses, em caso de estupro. Ela deve ser tomada o mais cedo possível, no máximo até 72 horas do ato sexual, para que seja efetiva. Náuseas e vômitos são os efeitos colaterais mais comuns. Ela não é abortiva e não deve ser usada como método anticoncepcional já que pode causar efeitos colaterais mais graves se tomada com frequência. Na caixinha podem vir um ou dois comprimidos dependendo da concentração. Pode ser um comprimido de 1,5 mg ou dois de 0,75 mg cada. Se forem dois comprimidos, tomar um o quanto antes e o outro, 12 horas depois. Não precisa de receita e pode ser comprada em qualquer farmácia. Sua eficácia eh de 90% se tomada nas primeiras 24h. O sangramento ocorre pouco tempo depois da tomada, mas pode durar mais de 1 semana para que ele ocorra. Caso você não apresente sangramento em 3 ou 4 semanas, faça o exame de gravidez.
Métodos definitivos
São métodos cirúrgicos que a mulher e o homem podem fazer se não quiserem ou puderem mais ter filhos, sem fazer uso de hormônios. No homem a cirurgia se chama vasectomia, e na mulher, laqueadura de trompas. Podem ser revertidas por cirurgia também, mas com pouca taxa de sucesso. Índice de falha de 0,1%.
Como escolher um anticoncepcional?
Com tantas opções, é necessário que haja certas condições e contraindicações na hora de escolher o método, a fim de que seja ele seja o mais seguro possível. Alguns critérios devem ser levados em conta.
Orientação médica
Muito importante! Não é uma amiga que vai te “receitar” o anticoncepcional maravilhoso que ela usa que vai dar certo. Somente o ginecologista pode chegar a essa conclusão depois dos exames físicos e laboratoriais completos. Sua vontade ou opção por usar um método X deve ser respeitada, mas nem sempre você está apta a usar aquilo que você deseja.
Não compre genéricos
Compre exatamente a medicação que seu ginecologista receitou. Por mais que sejam medicamentos que possuem a mesma função, outros componentes podem estar presentes na fórmula e talvez isso não seja a melhor das escolhas, mesmo que os similares custem um pouco a menos.
Restrição médica ou doença
Nem todo mundo pode usar qualquer anticoncepcional. Como já disse, existem contraindicações físicas e genéticas muito bem estabelecidas na medicina. Nem todas as mulheres podem tomar qualquer tipos de anticoncepcional. Deve-se levar em conta por exemplo, problemas na circulação sanguínea, obesidade, sedentarismo, fumo ou história familiar de doenças, não se esquecendo de que alguns métodos exigem prática e não é todo mundo que se sente à vontade em ficar manipulando a região genital.
O principal motivo do uso
Se for somente para não engravidar, existem várias formas, mas se você também quer ter benefícios, como melhorar a oleosidade da pele, eliminar a acne e pêlos, diminuir o fluxo, aliviar a TPM ou tratar de ovários policísticos, existem pílulas próprias para isso.
Fonte: Guideline da Sociedade Brasileira de reprodução humana. http://www.sbrh.org.br/sbrh_novo/guidelines/guideline_pdf/guildeline_contracepcao.pdf
2 cometários sobre “Métodos anticoncepcionais além da pílula”