Oi meninas!
Antes do começar a falar sobre a pílula eu realmente acho que ela deveria ser chamada de “pílula do mesmo dia” , já que ela deve ser usada de preferência logo após a relação sexual desprevenida. Outra coisa para eu enfatizar: essa pílula não é método contraceptivo e não deve ser usada com esse propósito. É uma pílula para situações emergenciais, quando:
1. A camisinha estourou durante a relação ou estava mal posicionada e acabou saindo durante o ato;
2. Esquecimento da pílula anticoncepcional por 2 dias seguidos;
3. Diafragma ou preservativo feminino que rompeu ou saiu do lugar;
3. Violência sexual (estupro).
Qual a composição da pílula e como ela age?
A pílula do dia seguinte nada mais é do que uma sobrecarga de progesterona, muito além da dosagem das pílulas anticoncepcionais. Tem como principal componente o levonorgestrel, uma progesterona sintética (hormônio feminino). Os anticoncepcionais são pílulas combinadas, ou seja, são compostas de progesterona e estrogêneo.
As principais ações da pilula são:
1. Ela impede a ovulação
2. Ela impede a fecundação do óvulo pelo espermatozóide
3. Ela não deixa que o embrião se implante dentro do útero.
Resumindo, a pílula dá uma verdadeira “bagunçada” no ciclo menstrual, adiantando a descamação do endométrio, ou seja, a menstruação.
As marcas mais comuns vendidas no Brasil são: Postinor-2®, Pilem®, Pozato®, Diad®, Minipil2-Post® e Poslov®.
Leia também:
* Métodos anticoncepcionais além da pílula
* Síndrome dos ovários policísticos
Como usar a pílula?
Existem várias marcas no mercado e elas podem vir com 1 comprimido de 1,5 mg ou 2 comprimidos de 0,75 mg de levonorgestrel. O primeiro comprimido deve ser tomado tão logo aconteça o sexo desprevenido, tendo um limite de até 72 horas. Caso haja um segundo comprimido, este deverá ser tomado 12 horas após a ingestão do primeiro.
Quanto mais cedo ocorre a ingestão da pílula, maiores as taxas de sucesso. Veja a seguir:
* 95% de sucesso se tomada até 12 horas da relação.
* 85% de sucesso se tomada após 24 horas da relação.
* <55% de sucesso se tomada após 48 horas da relação.
Vemos que as taxas de sucesso têm tudo a ver com a rapidez em que se toma a pílula, certo? Em geral a menstruação ocorre em 1 semana após a tomada da pílula, mas vai depender da fase do seu ciclo. Alguns dias de atraso não significam gravidez.
Caso a menstruação não ocorra em 2 a 3 semanas após o uso da pílula, vale a pena pensar numa possível falha do método e fazer um teste de gravidez. Lembrando que o efeito da pílula só vale para aquela relação que motivou o seu uso. Caso haja uma nova relação desprotegida após o uso da pílula, não há como garantir sua eficácia.
Observação: em mulheres obesas, as taxas de falha são maiores quando comparadas às mulheres mais magras.
A pílula provoca aborto?
Não. Pra começar, o aborto é crime no Brasil e a comercialização da pílula seria ilegal. Aborto é a perda do embrião que já está implantado e se desenvolvendo no útero. A pílula do dia seguinte age antes da implantação ou formação do embrião. Caso a mulher já esteja grávida, a pílula não afeta em NADA o embrião, ou seja, não provoca aborto.
Considerações
Não custa nada falar novamente que a pílula do dia seguinte é um método de contracepção de emergência e deve ser usada como tal. Se você tem tomado a pílula com muita frequência, há algo de errado no ar… Acidentes acontecem e um sexo casual também, mas nada justifica o uso frequente da pílula do dia seguinte sempre.
Se você toma anticoncepcional regularmente, mas esqueceu 2 dias e teve relação, tome a pilula do dia seguinte e continue a cartela de onde parou no dia seguinte. O importante é que até a menstruação ocorrer, use outro método adicional, como camisinha por exemplo.