Segundo um estudo do Instituto Karolinska de Estocolmo, crianças nascidas de mães que tinham ovários policísticos, têm o risco mais elevado de desenvolverem autismo. Esse artigo foi publicado pela revista Molecular Psychiatry. (Aqui você pode ler o artigo original, em inglês).
É a primeira vez que se vincula a SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) aos transtornos do tipo autista. Essas mulheres liberam quantidades anormais de testosterona (sim, o hormônio masculino) e continuam a produzi-lo durante a gravidez.
Depois de se estudar os prontuários médicos de todas as crianças nascidas da Suécia entre 4 e 17 anos de idade, os pesquisadores chegaram à seguinte conclusão: “Descobrimos que um diagnóstico de SOP na mãe aumentava em 59% o risco de TEA na criança”, explicou a psiquiatra Kyriaki Kosidou, do departamento de ciências da saúde pública do Instituto Karolinska. “O risco é ainda mais importante entre as mães afetadas pela SOP e a obesidade, uma afecção comum se houver um excesso marcado de produção de hormônios andrógenos“, acrescentou.
Mesmo assim, o estudo não pôde explicar porque o autismo atinge muito mais meninas que meninos e que as causas dessa associação não “estão completamente claras e que são necessários estudos mais profundos, por isso é muito cedo para fazer recomendações específicas”. O autismo é um transtornos psíquico que pode aparecer logo após o nascimento ou na primeira infância, em que a criança tem dificuldade de se comunicar com os outros, prefere a solidão e apresenta comportamentos repetitivos.